Ao longo da evolução da agricultura, os produtores rurais aprenderam a reconhecer quais solos eram mais férteis para o plantio de alimentos – e um dos principais sinais de fertilidade é a presença de minhocas no solo. Apesar de, por motivos econômicos, muitos agricultores preferirem o uso de adubos industrializados para a nutrição do solo, a utilização desses seres vivos tem sido novamente incentivada por órgãos públicos e pela demanda da sociedade por alimentos mais naturais.

Para criar minhocas, é necessário conhecer um pouco sobre esses organismos:

– Elas respiram pela pele, logo, não sobrevivem num solo muito molhado (quanto mais água no solo, há menos oxigênio);

– Elas não possuem olhos ou ouvidos; sua movimentação é influenciada pela luz. Por esse motivo, o solo não pode ser compactado;

– A fertilização do solo se dá pelo excremento da minhoca, o húmus, sendo necessário material orgânico para a produção do mesmo.

Dito isso, para a produção de um minhocário, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) lançou uma cartilha sobre minhocultura, que compreende as seguintes técnicas:

Local de construção do minhocário

– deve estar localizado próximo à fonte de matéria-prima para a produção do húmus;

– locais parcialmente sombreados (mas com boa insolação), terrenos elevados com pouca declividade;

– próximo a fontes de água para umificação do solo.

Criatórios

– caixas de madeira ou tonéis de 200 litros com furos na parte inferior;

– canteiros de madeira, tijolos ou blocos, com as seguintes dimensões: 1 metro de largura, 40 centímetro de altura e largura a desejar.

– o piso pode ser feito de terra batida ou cimento, não deixando espaço para que as minhocas desçam ao solo;

Manutenção do minhocário

– para o começo do minhocário, é necessário de aproximadamente 1 litro de minhocas (cerca de 1500 minhocas por metro quadrado);

– matéria-prima para a alimentação das minhocas (material orgânico);

– temperatura controlada entre 20 e 25ºC; pH 7,0 (neutro); e umidade do solo entre 70% e 85%;

– solo aerado e drenado (prevenindo a compactação e umidade excessiva);

– cobertura com folhas de bananeira ou restos de capina.

Separando as minhocas do solo (coleta da terra adubada pelo húmus)

– manualmente, separando as minhocas do solo;

– utilizando iscas como estercos para atrair as minhocas e retirá-las;

– com a utilização de uma peneira.

A utilização do solo fertilizado por minhocas é uma prática que serva tanto para pequenas quanto para grandes propriedades. Caso sinta a necessidade, você pode obter mais informações sobre a minhocultura através do estudo publicado pela Embrapa, disponível aqui.